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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Não esqueça...


Não esqueça os livros, os poemas, as músicas e tudo mais. Não esqueça do tempo, que não volta mais, e daquele que ainda vamos criar. Não esqueça também dos  presentes que um dia foram trocados, dos doces ofertados, dos longos passeios de mãos dadas. Ah, quem me dera voltar e que aquelas cartas escritas sejam somente neblinas do que já não fomos ter...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Abraço


E que volte
Mas volte inteiro
Não deixa teus pedaços
Espalhados
Não deixa teu corpo atento
Em desalento.
Que volte
Que venha com o vento
Beije meus cabelos,
Me tomes no peito.
Debruçada em ti
Sinto o colo, chamego
Teu perfume penetra-me lento
Sinto-me em ti
Sinto-te em mim:
Abraço.

terça-feira, 24 de julho de 2012

E então?


Desliga-te de meu ser
Toma forma teu humor.
Reclamas de outrora
E agora corre
Em sua direção.
Não entendo-te assim,
Calado e frio,
Quente a sorrir,
Entre brumas abertas
Não entendo as brechas
Que há de se ter.
Névoas cercam tua reclamação
O sol inunda teu ato
Confunde-te em ti mesmo?
Confunde-me por atento?
Tremo e tremo
Temor, preocupação?
Incerteza de um beijo quente
Faz em ti, então
Solidão.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

-


Mientras se está despierto, en la cama, el miedo le pregunta "es tiempo de ir?". Tome duchas de agua fría y el alma cambia de dirección. ¿Es usted amor? Esto que me lleva en el pecho con alas y no deja que se vaya el hechizo que un día yo pensé? Es usted quien hace la naturaleza más bella y hace todo lo posible para estar mejor? Hoy, mientras estaba en la cama, después de despertar, pensé: "eres tú, amor amigo, que me tomas! Eres tú, y ahora lo sé!". En mi, duele en el pecho la falta, pero en el alma yo lo sé: no importa lo lejos que estás, tienes un poco de mí así como de ti yo tengo un poco más".

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Traição


“Trair não significa o perjúrio da vida, Maria! Toma-te forma! Desenha teu ser! É pecadora e não podes negar!”

“Pare! Pare! Atordoa-me o céu da boca e os ouvidos berram tuas palavras em minha mente! És prontificado o batismo da carne ao nascer e me tens aqui, agora, alma em chamas, corpo em pecado! Tomas forma tua dor e deixa fluir o teu rubor! Sabes que pequei e faz-me condenar por isso!”

“Tua alma grita injúrias contra o teu próprio ego! Deixastes te levar pela própria armadilha dos que amam!”

“Mas eu te amo!”

“Amas a teu corpo e o desejo que provocas! Amas tua face no espelho e teu corpo refletido nas águas claras do teu banho! És pecadora por amar-te acima da verdade e da justiça. És tu, Maria, alma em pecado, cabeça em juízo. Morreras porque assim eu quis. Morreras pois só assim terás tua redenção eterna. Entrega-te com o laço sucinto do esplendor. Lança-te as chamas! És pecadora, tu sabes!”

“Se bens fala e tens tanta certeza, não darei dúvidas aos céus e terras que minha hora já é válida. Só peço: não me lança tua espada, deixa-me morrer em teu amor!”

“Que dizes com isso?”

“Quero que me mates enquanto te amo. Torna isso verdade! Torna isso verdade e terás minha alma liberta! És o último pedido há um ente apaixonado!”

“Trovejam céus e terras que se te amar não te matarei! Onde estará a redenção? Onde multiplicará teus sonhos e ganharão tuas glórias? Qual de vossas escolhas tornará plausível teu véu?”

“Se me amas, mata-me enquanto te amo! Se queres minha redenção, condena a tua! Sabes o pecado que nos rege! E mata teu filho! Deixa que eu o leve para a eternidade e sempre o bajular de um berço vazio! Vamos! Atiça tua espada em braça, saca-me as barreiras! Ama-me! Deixa-me sentir amada uma vez mais e parta-me em dois, três pedaços! Entorta tua espada em meu ventre e deixa que eu leve também o filho do pecado que tornou-se nosso amor!”

E em uma última tentativa de redenção, enfiou-lhe a espada no ventre, arrebentando-lhe as barreiras.

“Mais uma vez amar-te-ei e conviverás com a pena de matar teu único filho, desgraçado! Morrerás culpado com a criança que matas agora! Levará para tua cama todas as noites o choro da criança! Remexerás em teu túmulo a busca de uma salvação!”

E vendo-a fechar os olhos, cruzou a mesma espada suja de sangue em sua própria barriga, partindo a maldição, indo então, em calma e salvação, viver na eternidade com seu amor. 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sem


"Hei!" - Eu disse - "Venha aqui!"

E em um piscar de olhos
O maremoto.
Arco-íris depressivo,
Sol de mendigo.
Fazer do sol o olho eterno
Nunca transformou
Chuva em neblina.
O que seria, sem eu,
Sem vida,
Nada mais que subscrita
A legenda de tua falta?

domingo, 8 de julho de 2012

O tempo

O tempo
Tic tac
Passa
Tic tac
Devagar
Tic tac
Quando a gente
Tic tac
Espera
Tic tac
O tempo
Tic tac
Passar.

sábado, 7 de julho de 2012

Bolha


Patati Patatá
Borboletas
E um céu azul.
Me torno bolha, semente
Catequí, cataquá
Viro, desviro
Monto
Explodo.
Lírios sinto
Em torpes mel
Jaz água e sabão em minha alma
Limpa, lava
Escorre pelo véu.
Chora em mim,
Alma cálida,
Pureza toca teu ser
És tenor de vida e morte
És pueril bem querer.
Não me vejo em carne
Alma, corpo
Me vejo em homem,
Fera, animal.
Não tornas abismo puro
Realismo duro
Do tentar a última nota.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Dos que não sabem

São insensíveis,
Insensatos,
Incansáveis e
Insanos,
Mas completavam-se um ao outro
Mesmo sem motivo e
Este era o perigo
Dos que não sabem, ainda,
O que se passa.