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sábado, 14 de dezembro de 2013

Foi


Era vazio.
Era vazio como a noite que me rondava.
Era cheio como as gotas de água
Em um mar, imensidão.
Era assim:
Simples,
Vazio.
Cheio,
Escasso,
Espesso,
Vazio.
Assim,
De palavras.
E era.
O que já foi.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

No frio


Este frio doloroso
Já não nos foi mais do que gosto
No suor de nossas peles.

Em tempos distantes,
Borbulhantes testávamos-nos:
Éramos chama em tempestade.

Hoje somos vento, nem palavras levamos
Nem gestos deixamos,
Nem carícias trocamos.

Hoje somos só:
Tempestade de lágrimas
Sorriso sem amor.

Então me pergunto: o que de nós restou?

domingo, 18 de agosto de 2013

Que venha

Em uma outra galáxia
O céu pintado em lápis de cor
Lá acompanho os deuses em todo ser fervor:
Jogamos cartas, fazemos algazarra
Tudo com todo amor.
Tardes livres, brincadeiras
Crianças amenas,
Sorrisos em tom de sépia
Ah! vida bela
Esperamos a gazela?
Entornas as borboletas?
Andamos pelas vielas, eu
Bailarina em tule e furor
Você, palhaço em giz de cera cheio de cor.
Esquecer o que vai,
Esperar o que vem,
Beijamos o vento,
Vamos ao relento
Venha o que vier!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Além-mar


Em dilúvios me perdi
No escuro azul do céu
Do além-mar, vi que esteves aqui:
Seu perfume pairava pelo ar.
Onde estás?
E nessa fragata, tomada de emoções
Parto ao longe em busca de ti
Mas aqui, somente perfume restou
E então, choro.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Da forma que há


Em tua sombra vejo amargura
Cura, a lua, tuas lágrimas?
Que desalento tens em mente
Uma saudade onipotente
Vês em mim, também, sofreguidão?
Ah, quem dera
A saudade, clara e bela
Dançar longe de mim!
Momentos oblíquos,
Sentimentos confundidos
Ondas do mar vem vindo
Aguenta firme uma vez mais
Ao me ouvir dizer te amar,
Ao me ouvir dizer te amar,
Uma vez mais
Da forma que há.

domingo, 7 de abril de 2013

-



Teu seio canta amores
Aos montes, ao longe
Velejo em teu mar azul, teu céu pintado de estrelas
A lua cheia a nos iluminar
Canta ao longe sereia a me chamar…

sábado, 23 de março de 2013

Inseguro?


Te mostras tão inseguro, amor
És vontade reprimida
Ou intensa iniciativa de não querer?

Cuidas o que tem ao redor:
Não te mostras demais?
Te enrolas demais?

Eu sei os teus segredos
E esse seu tormento
Me faz enlouquecer.

Deixa ouvir da tua boca
Que clama serena pelo mundo
Diversidade a fundo, idades indesejáveis.

Olhas o mundo com outros olhos, agora
Sente que nem mesmo sabes o que quer
Não torture coração alheio, ele pode depois não mais te querer.


domingo, 17 de março de 2013

Pedaços

Pra sempre
Ou só por um momento
Entre tropeços
Andávamos de mãos dadas.

Pensamentos na monotonia de ser
Da vontade de ter você
Mais uma vez
Nos braços meus.

Corríamos em direções opostas
Ser ou entender o que se passa?
Fechei teus olhos
Você calou minha boca.

Nas ondas turbulentas
Da tempestade pela qual passávamos
Eras porto seguro
Em teus braços, teu quarto, coração.

Agora já não vês mais nada
De minha boca, não saem palavras
Somos cegos mudos dessa situação
Amor sem fronteiras, pedaços ao chão.

domingo, 10 de março de 2013

Moradia


Tenho medo do frio
Do frio na barriga que você me causa
Ao olhar-me dissimulado com estes olhos de cigano
No intento, no entanto, de ganhar-me uma vez mais.

Sonha vai,
O mundo não há de ser tão preocupado
Deita aqui, no ninho dos meus braços
E respira para a eternidade:
Onde só há magia
E uma linda moradia
Beira de praia para nós dois…

sábado, 23 de fevereiro de 2013

-


O que é a felicidade em meio a tantos torpores:
Um raio de luz em meio as chagas que percorres
Para encontrar teu caminho de paz
Ou a imensidão que te afasta do que pode
Alterar-lhe os ânimos?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

-


Em cor escarlate
Teu nome em minha parede
Pinto agora com sombras alheias
Tua imagem que a mim assombra.

Sombras, galhos, afagos
Talhos, maços, cálidos
Vagos.
Assim era tua presença.

Mesmo assim, púrpuro lábios
Não deixavam cair na pele
As palavras doces:
Buscava com a alma, cuspia como veneno.

Amor, amor, atento!
É tarde para o seu sossego
É hora de trilhar um caminho
Seu nome, agora quase em vinho, já está a ser apagado.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Ouves


No céu, os sinos ecoam

Ouves?

Não era o que eu lhe dizia?

Ouves?

Não é sua fada madrinha
Sussurrando longínquas canções de boa sorte?

Ouves?

É tua hora!
Não vês o trem de tua vida partindo?

Ouves!

São os apitos chamando-lhe pra realidade!

Ouves!

É hora de ir!

Ouves!

Ouves e vai que
Esperarei aqui, vendo-te trilhar teus novos caminhos
A sorrir.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Parto hoje


Parto hoje
Na mala a saudade
Na mente a vontade
De voltar nunca mais.

Saio hoje
Me mudo para longe
Nos ombros o destino
A tino, a pino, à vontade.

Raras vontades
Tomadas de desejo
Dizei-me uma só palavra
E o retorno não precisará ser feito.

Não o faço, ao menos
Atento, além do intento
Do sentir teu modo azedo, uma vez mais
E o gosto pungente da tua boca que me satisfaz.


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Samambaias a noite


Um erro cometido
Sonhar que em distintos
Lírios, lindos, laços
Em teus abraços, haveria importância.

Segurança entorpecente
Eloquente, evidente
Nas ruas escuras, busco além
Outras almas além de você.

Samambaias reluzentes
Reviventes de outras décadas
Residentes em outras mecas
Que outrora fizeram meu lar.

Samambaias são gente
Instinto tipo pegajoso
Amedrontado, pavoroso
Andar no escuro, sem ninguém.

Janela aberta

Sol já vai, lua vem
A mesma janela encontro aberta
Sonhos despertos
Iluminados em outrem.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

-



  • Faz sol no meu lençol, viajo lento, beijos ao vento.
    Abro a janela e você entra, se aprochega, me esquenta e torna tudo amor.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Dia de chuva


Olha pra janela, meu amor
Será que vai chover?
Embriagados de prazer, ao leito vens:
Será tempestade de mim em você?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Teu rosto em minhas mãos


Peguei um rosto
Claro, alvo, marcado.
Um rosto bem cuidado
Em minhas brancas mãos.

Em ti, marcas daquilo que passara
Em mim, alvas mãos brincavam com sua cara
Retorcendo-a, torcendo-a, beijando-a
Amando-a.

Teu rosto em minhas mãos
Meu sorriso em gratidão.
Agarro teu torso, lento
Beijo teus pelos, sorrisos em vão.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Andorinha


Solta ao vento, andorinha
Recocheteia no ar.
Meus braços já não te alcançam
A não ser que queiras voltar.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

-


Arde em meu peito pura saudade 
Onde estás que não te vejo? 
Abandonas o leito que te acalma? 
Anjo meu, volte aqui, sorrindo para mim....

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Encontro


Um certo dia
Enquanto ainda havia vida
Recebi uma mensagem linda
"Pretty woman, give your smile to me".

Tentei não sorrir.
Aquele sorriso era guardado, resguardado
Cuidado e acalentado.
Logo haveria meu sorriso somente para si.

As horas não passavam,
Os minutos se arrastavam.
Precisava vê-lo.
Precisava tocá-lo, encontrá-lo.

Juntei as mãos em um apelo
Era quase hora de vê-lo
Um bobo momento
E o encontrei.

Seu sorriso terno
Acalentava meu ser
Mimava-me com tanto esmero
Que teu sorriso, para mim, se tornou eterno.

Beijo o dorso, lento
Acaricio a pele macia
Nossos sorrisos se encontraram
Fez-se nosso dia.

Trecho da música "Pretty Woman", versão de Van Halen.

Caos


Um ato de amor em meio ao caos
Que te faz mais belo que o mistério?
Que te enche de orgulho mais do que o aconchego?
Sorri eterno, venha até mim.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Que seja!

Que não se perca o encanto
Que não seja engano
Que não se caia em pranto.

Que haja vida
Que haja rima
Que seja viva.

Que encontre o rumo
Que haja prumo
Que venha com tudo.

Que tenha fé
Que saiba o que quer
Que me tente até onde poder.

Mas por favor, amor
Não me venha com lenga-lenga
Já chegou a hora de passar por essa peneira
E dizer de vez o que em ti, você encontrou:

Um mar de tranquilidade e calma
Quando encostas tua cabeça no meu peito
E entre dengos e chamegos,
Tua lágrima rola em desespero dizendo
"Agora és tudo o que tenho".

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Casinha


Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Não tinha amor, não tinha paz
Ninguém aguentava nem entrar lá!
Um certo dia, Mariazinha
Bateu a porta, saiu sozinha
Pegou as malas e foi-se embora
Se mandou, foi mundo afora
E então no no meio do seu caminho
Deu meia volta, sorriu sentindo
Que não conseguiria
Deixar pra trás sua casinha e as pessoas lá.
Voltou para os braços da sua família
E percebeu que não podia ficar sozinha.
Deixou o mundo pra descobrir
Num dia negro, um dia gris
Onde podia pensar sozinha
Após o acordo de morar sozinha.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Sois


Em um pranto desesperado pergunta-me
"Sois quem tu ama?"
"Não", minha resposta é clara.
"Sois quem desejas?"
"Não".
"Sois algo para ti que só me esnoba, julga e tendes maltratar com base neste velho coração?"
"Não".
"Atirai tua insolência ao léu, guia tua ruína ao norte! Matar-te-ei com minhas próprias mãos! Ó insano! Impuro! Por quê não dizes nada? Por quê não fazes nada?"
"Vejo minha vida rebelar-se contra mim, que poderia eu fazer ou dizer? Não notas que és para mim meu cúmplice e meu todo? Minha amiga e minha alma? Não vês que te declaro paixões em toques e que meu olhar repudiado de tesão segura-se para não ter-te em meio a todos, em todos?"
Palavras não foram mais ditas. Beijaram-se mais uma vez. Por hoje, por agora, por sempre.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Vem!


Dói-me a alma
A vontade de te ter em meus braços.
Seus suspiros em meu ouvido
O calor de nosso laço.

Cria teu ninho junto a mim, querido
Por esse tempo, pouco tempo
Este intento
Este todo,
Tempo.

Vamos ao além, meu bem
Vem! Pega minha mão
Ao longe vejo
Um futuro de desejo
Desejoso intento de seus beijos.

Sonho contigo toda noite
E em todos, somos sóis e luas
Estrelas, constelações, luar.
O mar a nossa frente, a areia em nossos pés
As ondas num vem e vai.

Vem! Deixa eu te mostrar
Que em nosso laço, nosso caso
Podemos viajar
Além do tempo, dos desejos, dos temperos e destemperos
Do arrulhamento de nosso amor.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Planos


Como seria se o  novo amanhã
Não fosse do jeito que planejavas?
Não haveriam os braços entorno de teu corpo
Aquecendo-lhe a alma e o coração
Não haveria o sorriso terno e sincero
E os olhos desejosos que lhe miravam.

O que tu farias se a pele amada
Já não tocasse a tua?
Se os lábios doces não tocassem tuas bochechas
E teus lábios,
E teu pescoço...
O que seria de seu intento
Amar com jeito, sem jeito, o amor seu?

Se seus planos não fossem planejados
Ah! maldita espontaneidade que me cerca
E me toma
E me controla
Não permita fazer planos
Sorrir lento aos teus beijos
Beijar o ventre atento
Deixa-me te ver uma vez mais:

Em sonhos,
Em torpores,
Em vida,
Em mim,
Em você.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Em tempos


Em um tempo distante
Entre sonhos e realizações
Teus braços me faziam abrigo
E tuas palavras, alento
Teu corpo se tornava ninho
E tua pele, carinho.

Quando andávamos de mãos dadas
Nos tempos da bela'idade
Era primavera em dias frios
Era verão em dias de inverno.

Agora, em palavras, não há busca
Em presença não há vida
Deixas em aberto os assuntos
Te ausentas no momento astuto
Das experiências vividas.

Meu bem, por favor
Desperte teus pensamentos,
Busca na flor dos teus pesares
A saudade dos velhos tempos.
Se não te importa a bela'idade
Que seja linda a vontade
De reviver os tempos em que nada havia
E tudo se vivia.