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domingo, 28 de outubro de 2012

Baile de máscaras


Um passo em falso
A máscara cai.
Passos lentos, julgam tua memória
Onde estás que não te vejo?
Porque foges?
Atormentados seres,
Pego pela mão, simples criança
No entardecer, baile de máscaras
Arrumo a casa, logo irão chegar.
Um passo, dois
Porque não me cumprimenta?
Um passo de cada vez
Porque foges, então?
Hoje enquanto conversava com a vida
Respondi a ela a minha ira
Da infantilidade que o cerca.
Deixa de ser deveras
O que eras, o que não eras
E o que ainda há de ser.
Pega na minha mão e vem
Deixa eu te explicar o que há de acontecer:
Só quero uma conversa
Que esclareça nossas dúvidas
Um arpão de candura
Não perfurará teu ser,
Pois tenha certeza, meu caro
De amargo já chega, após o baile de máscaras, o amanhecer.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Palco


Um sonho sem sonhadores torna-se nada: deixada ao vento, escrita na areia, levada pelo mar; transforma-se em um tudo, de luto, numa caverna sombria. Um sonho sem expectativas não se torna mais do que uma realidade pungente. Um dia sonhei com o ontem. Hoje, com o amanhã. Ah!, um amanhã de grandes realizações! Sonho altivo, nosso sonho. Tornou muito o pouco que fizemos. Não destrua, em teus sentimentos, a ordem de construir mais, construirmos mais!
Sonhar, sonhar. Emoção!
Arrebata tua mente, segue teu coração.

Um passo mais: torna-se sonho, entra no palco, torna-se palco.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Asas


Certa vez tentei escrever
Mas no entanto, não consegui
Do peito as palavras não saiam
Jorravam em desatento, em tino
Ao redor, então, tudo me parecia
Uma simples agonia.

Hoje, no entanto,
Palavras não bastam:
Quero braços e abraços.
Não mais quero desejo,
Inútil intento de um não tentar.

Porque quem se arrepende uma vez
Fere, mágoa e entoa que não sabe sonhar.
Sobre o sonho azul, brilho do mar
Olhos que me beijam, pele que não me toca mais.

Quem, um dia
Mágoa súbita de pesar
Sorri, sorriso falso
Com vontade de não perdoar.

Sonha, amigo meu
Não é à toa que te digo isso
Parte com tuas asas em direção ao reino
Só não esqueces, jamais
Deste pobre passarinho.

Traços


Traços
Vastos
E entre braços,
Me perdi.

Pudor do peito teu
Ao tocar a pele minha,
Clamor da tua garganta
Ao ler a mente minha.

Visualizas meu ser,
Beijas, tocas minha face,
Será rubor, desejo meu
Que te assolam e te esmolam?

Um intento prematuro
Do duro, do sujo
Tornam a alma, tocam a pele
Para um já não ostentar?



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Agulha


Não digas o que não feito
Mesmo se com intento ou puro desejo
Não te arrependas jamais do que foi feito.
Toma em teu berço a agonia
De falar algum dia
Sobre a sintonia do rádio
Cujo botão desparafusou.
Toma em ti a liberdade
De falar em verdades
Agulhas doloridas
Sorrisos de dia
Pequena bailarina
Dança, então, uma vez mais.