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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Malandros da noite

Capítulo 2


Era noite, mais uma vez, e meu vestido refestelava pela calçada, enquanto seu braço junto ao meu levava-me a mais um encontro com o prazer do ofício. Era maravilhoso sentir seus braços levando-me entre a multidão e logo depois rodopiando-me ao passo da musica. Era tudo calmo e eu podia aproveitar cada momento. Nossos olhares cruzaram-se e senti que sua mão apertava-me mais fortemente. Seus olhos bradavam com um brilho de quase morte. Um lindo rapazote me chamara para dançar. No embalo da valsa triste apoiei-me sobre seu ombro enquanto nossos passos eram guiados pela melodia intermitente que soava. Com um carinho apalpei-lhe o casaco de tecido fino e encontrei sua carteira. Distrai-lhe com sorrisos e sorrateiramente lhe retirei o pertence do bolso. A musica se encerrara e escondendo o objeto pelo bolso escondido na armada saia de cetim, fiz-lhe um agradecimento e retirei-me. Todas as nossas noites eram assim, um prazer incalculável na arte do ofício e depois, um interminável prazer entre seus braços.

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