Quando despertei de meu ultimo tremor de prazer ele já abria as carteiras o olhava atentamente as jóias arrecadadas na noite anterior. Odiava isso. Odiava quando era largada na cama para que o dinheiro fosse contado. Não adiantava chamá-lo, gritar por seu nome era em vão. Meu único desejo era amá-lo e ser correspondida e o único desejo dele era arrecadar dinheiro e fazer amor. Era frustrante.
Mais uma vez a grande lua instalava-se no alto céu azul e seu braço mais uma vez levava-me ao encontro de mais carteiras a serem furtadas. Uma vez mais dançamos e roubamos o que havia pela frente. Mais uma vez nos amamos até o amanhecer e mais uma vez fui deixada na cama pelo dinheiro. E mais uma vez, e outra, e outra, outra, e mais uma vez. Nossos dias não mudavam e a frustração em não tê-lo em meus braços quando precisava era agonizante.
-Vamos sair dessa vida.
Sussurrei antes que ele saísse do alcance dos meus braços.
-Vamos ter nossa família e sair daqui.
-És meretriz e sabes que não quero família. Abandonar essa vida para quê, se o paraíso encontra-se aqui?
Ele ergueu as mãos com jóias e carteiras. Aquele era o seu desejo e não o meu. Eu o amava e suspirei ao atirar-me novamente pela cama.
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