Com o tempo meu desejo parecia querer-se realizar. Era tomada por uma súbita vontade de amá-lo novamente quando esgotado, ele não saia de meu lado para ver nossos lucros. Eu podia sentir que algo mudava em nossa relação.
-Porque tu estás jogado ai?
-Tira essa roupa mulher e venha pra meu lado que não quero sair hoje.
Uma alegria súbita tumultuou meu coração fazendo-o parar de tocar sua costante sinfonía. Tum tum, tum tum, tum tum. Despida ao seu lado, sentia-me livre e protegida. Atirei-me em mais uma aventura amorosa e mais uma vez havia acontecido. Foram dias, semanas, meses. Meu lindo Ned não saia mais de nossa cama. Às vezes, à noite, saia eu sozinha a arrecadar aquilo que nos era necessário para sobreviver.
-Conseguiu algo?
Os olhos em prato viraram-se para mim quando atravessei a porta de carvalho que separava nosso pequeno mundo da realidade.
-Muito.
Seus olhos brilharam e não pude deixar de sorrir já me atirando sobre seu corpo para mais uma vez nos amarmos. Era tentador vê-lo e tê-lo sempre tão perto, ao meu dispor, mas algo estava acontecendo. Era algo grave. Há tempos notava a indisposição em meu amado Ned. Tomei-lhe em meus braços mais uma vez e senti seu arfar pesado sobre meu peito.
-O que esta acontecendo, Ned?
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