Sofis

Capítulo 3

-Tia Dari!

-Oi princesinha.

-Amanhã eu passo para buscá-la. Por favor, não se tranque mais naquele laboratório, minha querida.

-Esta bem tia.

Manuela, mãe de Renata, havia ido embora. Nos seus braços, Sofia bincava com as letrinhas de seu jaleco. A menina era a cópia da mãe: os olhos caramelados, assim como os cabelos, e as bochechas mais fofas deste mundo. Sofia tinha cinco anos e era um encanto de menina. Inteligente como ela só, sentia a falta que os pais faziam.

-Estava com saudades de ti, tia Dari.

-Também senti sua falta, Sofis.

-O que vamos fazer hoje então?

-Eu não tinha planejado nada. Faça o que você quiser, eu vou lá ao laboratório um pouquinho e já venho.

-Nada disso!

Puxando Dariane pela mão, Sofia arrastou-a até o sofá, fazendo-a sentar-se.

-Que você quer Sofis?

-Vovó Manuela mandou que eu não deixasse você entrar no laboratório e eu não vou deixar!

-Você não manda em mim Sofia!

Com um grito, Dariane saiu ouvindo os soluços da menina que ficara na sala. Caminhou tentando concentrar-se nos cálculos que fazia baseado nos dados que Renata havia deixado em seu laboratório antes de morrer e não conseguiu. Quando voltou a sala, cinco minutos depois de perceber que não conseguiria fazer nada com Sofia chorando no cômodo ao lado, a menina continuava a chorar.

-Desculpe-me Sofis.

-Não.

-Não seja teimosa, eu não quis gritar.

-Mas gritou e isso é feio. Eu pedi um monte de vezes pra vovó para que eu viesse aqui e daí você grita comigo. Eu não gostei disso.

-Eu sei me desculpe. Vamos fazer algo, eu não vou mais para o laboratório se você não quiser.

-Esta bem.

-Me desculpa?

-Aham.

Atirando-se nos braços de Dariane, a menina já sorria.

-Então, Sofis, o que você quer fazer?

-Eu não sei.

-Ir à praçinha, passear no shopping, fazer um bolo?

-Eu quero fazer um bolo e depois uma experiência no seu laboratório!

-Como?

-Mamãe fazia comigo. Tinha umas massinhas que a gente fazia pra brincar e também tinha uns negócios que explodiam.

-Você sente falta da sua mãe, não é?

-Bastante tia Dari.

Suspirando, Sofia deitou-se no colo de Dariane que lhe acariciou os cabelos. A menina era tão pequena, tão inocente para já não ter os pais.

-Vamos fazer o bolo então?